Chegou o Inverno.
Chegou o Inverno com chuva lá fora e frio de manhã. Tempo cinzento e nuvens pretas, o ocre do pôr e do nascer do Sol já não se vê. Chove, ouve-se PJ Harvey à tarde. E a mais tardes. Os livros escritos e por escrever acumulam-se no quarto. Há um torpor de sono encostados no quente dos sofás. Sair de noite começa a ficar - não uma miragem - desfocada como os edifícios ao longe atrás da chuva preta.
Já não há cigarros na janela à madrugada. Já não se vestem as camisas como uma segunda pele. Eram outros tempos quando se andava nu pela casa durante horas depois do sexo. E o vento corta como navalhas na cintura e no pescoço por entre os casacos.
Está frio. É Inverno. É sempre uma estranha e repentina mudança de status quo.
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