Então disseste,
- (estou apaixonada por ti).
Wowowow.
Espera.
Espera lá. Eu não posso gostar de ti, eu - nunca me imaginei a gostar de ti. Não é suposto gostar de ti só porque quero estar contigo, só porque gosto de ti. Sim, tudo bem, é bonita a imagem de te levar pela rua pelo meio de Lisboa enquanto falas sobre a arquitectura das casas pombalinas,
(por entre as cores desajustadas da tarde, ou da madrugada)
e foi bonita... estou-me a lembrar agora porque me lembro sempre
, deitar-te na cama, tirar-te da cadeira de rodas e despir-te lentamente para fazer, acho eu amor, ou pedir um pouco de amor emprestado para to poder dar - porque o merecias.
O que pensariam os meus amigos?
Mas o teu cabelo mata-me porque não sei de onde vêm esses caracóis. E gosto da tua mãe... ela gosta de mim. Mas não, não é suposto gostar de ti, não é suposto amar-te. E se estiveres apaixonada por mim - já estou cheio de medo. Aterrorizado, não é - não é suposto namorar com uma paraplégica, foi só uma aquela vez, e foi bom, e é tão bom ter-te conhecido,; não, merda não fales
- João...(?)
(E vias o medo nos meus olhos)
Não é que eu não te ame - não quero dizer não é que não GOSTE DE TI - tenho que parar com isto - não é que... és linda, não é que não sejas linda - sinto-me tão estúpido, porque é que estou com tanto medo, porque é que estou, sim, és linda
(estou completamente desamparado, completamente...)
A estupidez do coração: a realidade torna-se fútil connosco inseridos nela. Boy meets girl, a miúda está numa cadeira de rodas, e se gostares da rapariguinha não é que gostes mesmo dela - estás é a satisfazer os teus instintos paternais. Eventualmente? a rua onde ela se virou para trás para te pedir o teu amor terá para sempre o nome dela. E, claro, não lho demos
!
Nenhum comentário:
Postar um comentário