sábado, 3 de janeiro de 2009

2008 foi um ano muito fraco, em termos musicais.
Apetece-me escrever culturais – é essa a sensação qu tenho, ainda que ache que seja algo injusto para a sétima arte – que, este ano, se portou melhor que em 2007. Mas o resto, passou-me ao lado, e não foi tanto por eu, tentando ou não, andar a passar ao lado um pouco da própria existência mundana de certas coisas.
Talvez seja do momento, da altura; a nível global, viveu-se uma saturação ideológica com a presidência bush, de parte a parte: com o mundo civilizado a querer que a sua era, pautada por uma nebulosidade ante noções como inteligência, humanidade, cultura, - enfim, era pelo menos essa a ideia que passava – e a outra parte frustrada em ver perder a sua era de ouro, o fim de uma era, e depois a insuportável esperança, esperança, ESPERANÇA,
como crianças.
As guerras também não ajudaram nem os conflitos globais – tão pouco as dificuldades, reais ou potenciais, potenciadas pelo descalabro da economia a nível mundial.
Quando assim é, quando existe este cocktail e, resumindo, o mundo apresenta-se conturbado em muitas frentes, a produção – e, mais, a qualidade – artística dos artistas desce, anula-se, sign 'O' The Times, se quiserem. Não imagino nenhum inglês a pintar no dia seguinte aos bombardeamentos efectuados pela lutwaffe na segunda guerra mundial, por exemplo. Decerto que não o fizeram. É uma explicação simples - redutora, mas simples – para ajudar a explicar o ano que passou.


Mas em termos de música – que ano tão triste. Não houve um único ábum, um único cd, pelo qual eu verdadeiramente me apaixonasse. Vejo TV on The Radio a ganhar melhor álbum do ano em muitas publicações – fico um pouco estupefacto, mas também entendo que assim seja – o que, precisamente é estranho. Noutros sítios, Santogold. Chinese Democracy nada (o que prova, de uma vez por todas, que trabalho árduo e muito pensado não compensa de todo). Dear Science é bom, funk-rock contemporâneo, mas não é nenhuma obra-prima. E álbuns pop como Santogold fizeram-se aos potes em 2007. Buraka ganha melhor álbum nacional – o esperado, noutros sítios dead combo, para quem se considera de gosto mais refinado. Pessoalmente, gosto dos dois, e são incomparáveis.
Mas, pior, não houve nada, nenhuma obra de génio que tivesse captado. Não sei se o Smile dos Boris saiu em 2008 – ou o Rainbow – não faço grande ideia, mas nem esses me fascinaram ao ponto da admiração. Nem encontrei nenhuma banda nova este ano – talvez cat Power, mas não foi propriamente uma descoberta, nem foi ropriamente uma excepção – com um sólido bom álbum – a este anoque passou. Foi mais um revisitar este ano. Estará a indústria musical saturada? Quanto mais me viro para o dubstep, nem por isso deixa a minha resposta de ser dividida.
Venha 2009. 2008 foi para esquecer.

(algum álbum/banda que seja excepção a este post? Refiram-nos sff nos comentários)

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