quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Estava eu na minha cama a dormir sonhando os sonhos de um filho único, quando apareceu encostado a um dos cantos do tecto




O marinheirinho.


Vai-te embora, estás a assustar-me que raio meu

Mas o tipo não se foi embora e deixou-se descair para trás do meu roupeiro cheio de roupas não fez um som

Sempre que entrava n o meu quarto via-o a esconder-se atrás de qualquer coisa, não o voltava a ouvir mas andava por lá a tratar das cenas

Ok és cómico, tá-se bem, podes ficar

Belo Verão

O Marinheirinho apareceu uma vez a uma amiga que foi lá a casa

Tão man disse eu, o marinheirinho já se tinha escondido outra vez. A minha amiga estava com um sorriso nos lábios e meia corada. Tocava lauryn hill no itunes do meu pc. O marinheirinho não apareceu mais nesse dia.

Depois veio o Inverno

E estava sozinho e frio lá fora eu estava doente

O marinheirinho voltou a aparecer no tecto do meu quarto e quando voltei a acordar – quarto limpo de pó

O marinheirinho tinha lambido toda a procaria que estava no chão e eu consegui levantar-me e fazer chá que deixei na porta do meu quarto

Uma semana depois encontrei o marinheirinho dentro dos meus ténis velhos da converse, tinha a barriga inchada

Tinha morrido a comer o pó todo do meu quarto para eu não ficar tão doente

Sacrificou-se por mim o marinheirinho, era altamente

Quando eu não estava fazia streaming de alguns vídeos para eu ver quando chegava a casa

Nunca mais perdi as chaves

Até esse dia

Nunca me vou esquecer do marinheirinho

Deu a vida por mim

Nenhum comentário: