Acho eu.
O trabalho - e o que é um torneio. O que é alguém que queira escrever, domingo à noite cansado de existir de menos num fim de semana que termina. Ouço umas canções calmas e ternas, recusei enrolar um charro, decidi ter, novamente, saudades da namorada que nunca, quase nunca, deixou de o ser.
Nestes dias, treinar parece inútil. No escritório, ultimam-se os pormenores para começarmos todos a trabalhar entre onze a catorze horas por dia. Há setups com a Trish que posso ir aprendendo. Há amigos que vão apanhar fruta para poderem dormir no hotel do torneio - mas eu ofereço-te um sofá, se quiseres. Há uma saco-cama que é grande, e quente até no Inverno. Aproveitamos e treinamos um bocado nas vésperas, se sobrevivermos até Domingo.
E depois viagens de quatro horas às sextas-feiras à tarde; sonhar em correr, correr novamente. Correr para quem nunca mais poderia correr outra vez. Oito Kms, se assim me deixar. Escrever as mágoas de não ter um tempo livre que deixei correr, correr. Foi fugindo, entre Portugal e África, entre manhãs no Picoas e tardes em casa a treinar combos preguiçosamente, a perna descansando, feliz e magoada, e passeios por Lisboa. Cheia de luz por toda a parte. Passar pelo quase-nobel, careca e de lábios a tremer, da mesma cor da pele, lendo o correio da manhã com um aparelho auditivo posto.
E à noite, depois do jantar, depois da cabeça cheia de cansaço - vazia de ideias - treinar é chato. Treinar é inglório. Treinar não faz sentido. O que quero, as coisas que desejo - afundam-se nas ondas de carinho que peço à mulher de quem gosto. Aos filmes que saco, às bds que compro, aos livros que ensaio ler. Vou à net, e sou para sempre um 9th lord com 44% de vitórias. Números do pedreiro orgulhoso.
Support the community. Sê um homem. Não jogues essa merda, és um advogado, já não podes fazer essas merdas. Mas os combos, meu. Os combos. E o que interessa? Queres correr comigo? É o que vou fazer a seguir a isto.
As ideias de que vou ser completamente bodied seguem dentro de momentos. Enquanto abraço a morena de quem aprendi a gostar de tudo, a preocupação desvanece-se. Imagens de mim num comboio, à noite - de fato ainda - substituem-na.
E, com elas, as folhas de papel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário