sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sons mutantes semi-geométricos




Sons mutantes semi-geométricos. Mísseis balísticos com ciúmes da doença. Mentiras em planos, níveis diferentes, hirsutas como o pêlo dos ratos. Quadros evoluindo, vivos, durante o espaço-tempo – e é apenas sarcasmo o cliente do mundo lá em baixo, não o façamos esperar nos espelhos com nomes próprios. As paredes são portais. Mostram as maiores nojeiras e indignações que alguém pode ver, ponderar, mas apenas os pormenores, vermelhos, brancos e pretos escapam para narrar as sombras incompletas de uma história. A música já não é real, o céu é azul como o das pedras preciosas e claro que isso é insuportável. Escadas murmurantes, sofrendo em vão. Pedindo que volte, mas é vão, não regressará. Sibila-se, mas é uma máquina que o faz. O sangue converge na porosidade da madeira. Coagula mal a refeição termina. Está toda a gente satisfeita. Não, parece que não está toda a gente satisfeita. É a culpa, aquela grande cabra que é na verdade a mãe e não a filha do ódio. E então? Aqui estamos. Fizemos tudo o que podíamos, ou o que pudemos (bom, alguns de nós não fizeram de facto tudo o que podiam). O que podíamos consoante as circunstâncias? Aceitação – o assassino. Depois ou se faz ou não se faz, o futuro é lógico, os sentimentos desmoronam-se em estruturas cristalizadas puramente abstractas, não idealizadas mas lá de facto, e num padrão próprio ainda que nunca as tenhamos observado e mapeado na vastidão perigosa do cérebro. Lama nas mãos que puxam as cordas no equinócio das tempestades. Aranhas, aranhetas, ovos com propulsores, movimentando-se em corredores magnéticos, em vácuo, disparados a grandes velocidades. A grandes velocidades, mesmo. Menos rápidas que o trovão, claro. Desta casa não se sai, quererá alguém perguntar? Imagino-os já todos de pé e ainda não foi comida a sobremesa. Mas o discurso com a Ideia já foi dado, e levantam-se perante a Ideia. O cansaço toma conta dos casacos. Borbulham os pés, aterram naves em jardins e noutros lugares (estou a referir-me às veias electrónicas de uma ordem dada de um computador para outro para executar uma série de equações matemáticas que se traduzem num comando para dar uma ordem que – não vou dizer, mas tem que ver com economia e academia). E ainda noutros. Alguém beijou, parece, algumas – estão tontas, névoas afagando o medo de um comboio preto. As montanhas ousam aqui ser de um verde imperialmente violento. Mas não, foi só mais o piscar de olho de um fantasma do falhanço. 

A porta está aberta. A porta está aberta. A porta está aberta. A porta está aberta. A porta está aberta, a porta está aberta, a porta está aberta, a porta está aberta, a porta está aberta aberta, a porta está aberta. A porta está aberta. A melhor porta que poderias merecer. Até o fantasma desaparecer, a porta está aberta, aberta, aberta para

mim

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