sábado, 31 de maio de 2008

Fábula imiscuída

Patinha Antão apoiou o joelho no chão enquanto a mão esquerda apanhava um bocado de pó do solo destruído à sua volta.
- Que monstro poderá ter causado isto?
Não teve tempo para terminar a frase. Teve ainda uma visão, um vingador dourado, ao longe, vindo do Sul, qual o seu nome - de capa azul e fato amarelo voando pelo ar para o salvar, mas tarde demais - Passos Coelho, era isso, Passos Coelho! mas -
O dragão de ébano velho a que os anciãos de outras eras - ainda antes dos tempos dos nossos antepassados! - tinham apelidado de Manuela Ferreira Leite irrompeu do solo, o responsável por toda aquela destruição! Patinha Antão não teve hipóteses; um dos seus quarenta e quatro tentáculos apanhou-o e elevou-o do solo enquanto um guincho horrível sai da sua boca principal, os seus bigodes vibrando de fúria e o seu corpo contorcendo-se sobre si mesmo como uma anaconda - pois Manuela Ferreira Leite era um dragão de família oriental. O dragão destruidor de sonhos, de cuja lenda se dizia possuir as mesmas propriedades que a deusa Hera, mas nos órgãos reprodutores ou nos mamilos, preparava-se para fazer mais uma vítima. Tudo parecia perdido!
- Luz, dai-me forças...!
O corpo de Patinha Antão começou a brilhar, primeiro de forma débil, depois intensamente, enquanto se aproximava cada vez mais da boca principal de Manuela Ferreira Leite, contorcendo-se ainda cheia de fúria, o seu corpo (esticado) roçando de acordo com os mitos 89 metros de cumprimento e metade de largo. E de repente, explodiu em luz! De Manuela Ferreira Leite saiu um urro terrível, ao começar a arder o seu tentáculo que prendia Patinha Antão com uma terrível queimadura. Este caiu ao chão como um boneco desconjuntado, soltando um gemido que ninguém ouviu, abafado pelos urros de dor e fúria do horrível dragão Manuela Ferreira leite, capazes de estilhaçar os vidros de cidades a mais de trinta quilómetros de distância.
- Falhei, falhei...tudo está perdido...
Mas eis que, do nada, como um míssil hipersónico silvando no ar, com capa azul e fato dourado rebentando do peito, com uma ceta laranja a apontar para cima no peito. Era Passos!
- Coelho! - gritou Patinha Antão, de lágrimas nos olhos
- Finalmente nos encontramos, meu nojento dragão Manuela Ferreira Leite... - disse Passos Coelho, levitando à sua frente, capa a esvoaçar e punhos cerrados com os braços ao longo do corpo, birlhando com a luz parda do sol lá muito ao longe - esperei muito mpor este momento. Podes ser velho, mais velho ainda do que a pedra mais antiga deste planeta, mas hoje é o dia em que serás destruído!
Manuela Ferreira Leite apenas lhe responde com múltiplos urros capazes de fazer sangrar os tímpanos de qualquer mero mortal enquanto o seu corpo se contorce no ar e uma das suas bocas inspira ar para lançar um jacto mortal de fogo branco, azul e amarelo.
E os titãs colidem numa onda de choque que arranca as árvores nas imediações que ainda restavam de pé criando uma nuvem de pó que torna a luta apenas um míriade invisível de sons surdos e urros furiosos.
Entretato, perto dali, Pedro Santana Lopes masturbava-se com muita rapidez e de língua de fora, escondido atrás de um montezinho de terra.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Música!

Era morrer e viver outra vez. E morrer outra vez. E viver outra vez, e morrer outra vez. E viver outra vez.


boomp3.com

sábado, 24 de maio de 2008



Garfield minus Garfiled: quando se tira o garfield das suas comics strips ficamos apenas com Jon Arbuckle, um ser solitário, esquizofrénico, perturbador, e tudo o que resta são os devaneios de um ser que perde a batalha contra a sociedade moderna todos os dias, parecendo estar permanentemente à beira da loucura. A ideia, em si, é muito mais hilariante do que com o o gato gordo ao lado. Simples, e genial.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Não percebo nada do céu, quando ele desaba em mim. Por vezes imaginava que serias o vértice de uma infinitude sem um começo bem definido como o céu, sem um ponto cardeal; sempre em movimento, impossível de seguir,
imprevisível como o vento
,Violeta e Indigo.
Uma espiral no meio do olho da tempestade.
As luzes dos candeeiros tremem com o vento ascendente e descendente. Não percebo o céu. Nunca o percebi. Lembra-me de ti. Ambos são coisas selvagens. E depois não vou teorizar mais sobre isso.
Infinita, Revolvente, Aterradora, Assustadora.
És como o céu.
Mas
acima de tudo,

Ao quarto dia, Perguntaram-lhe porque é que não se levantava mais, porque é que a solidão longe de casa tinha um travo tão estranho a alegria, porque é

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Para onde vão as ideias quando as fés falham?

Domingo de madrugada despistei-me com o carro.
E um carro na direcção contrária vinha a passar precisamente nesse momento pensei estupidamente, e o carro ia contra mim e o meu carro girava sobre si mesmo em piões enquanto a parte da frente era destruída e ia contra os rails e o meu pescoço partia com a força da pancada meio de lado, só porque o piso estava molhado, mas
não. Despistei-me só, mas foi uma sensação do caraças. Tinha acabado de levar a namorada a casa e lembro-me, segundos antes de me despistar, de ver as horas no relógio do carro: 4h45 da madrugada. E dois segunods antes de me despistar desafiei-me a mim mesmo Ás cinco estou em casa,
o carro vai disparado contra os rails e rebenta-os, o piso está escorregadio por ter chovido pouco e a frente do meu carro desfaz-se contra um muro de betão do lado esquerdo depois de uns metros de relva molhada
, e reduzo para oitenta lembro-me bem
Mas na verdade foi uma coisa muito simples: tinha chovido durante coisa apenas de cinco minutos: isso é muito pior para o piso do que quano chove muito porque a pouca água mistura-se com o pó e os detritos e a sujidade e borracaha dos carros e não a enxagua, o que cria uma substância que parece manteiga e é muito perigosa. e à estúpida fiz uma curva com a estrada molhada - o resto da estrada não estava molhada, devia ser só daquela curva, e ía a oitenta, e estava com uma quinta metida, e tudo bem que devia estar com uma quarta metida mas o meu pai tinha-me dito há umas semanas que se metesse as mudanças mesmo em baixo, incluindo a quinta (que eu pensava que não porque tinha lido algures que em quinta os carros trabalham o dobro) e então eu estava a fazer a curva em quinta e o carro começa-me a fugir e eu só tive de pensar "oi."
E então foi, a curva era em S, primeiro para a esquerda e logo depois para a direita, e eu viro para a esquerda e a traseira do carro começa-me a fugir irresistivelmente para a direita e eu penso "oi", e enquanto estou a virar o carro todo para a direita penso "é pá não acredito que vou espatifar o carro", e pensava na chatice de o espatifar, no dinheiro, os meus pais vão ficar fodidos, no meio do nada vou ter de chamar a merda do reboque, não acredito nesta merda no meio do nada (Trajouce, madrugada), os meus pais, o carro, e nunca pensei uma vez em mim, só na chatice toda que ia ser, e então a traseira desliza toda para o outro lado, para a esquerda, enquanto eu estou a virar para a direita, e enqaunto tento endireitar o volante e controlar o carro ou virá-lo de novo para a esquerda, e me vejo a afastar um pouco dos rails á minha esquerda mas a aproximar-me do muro de pedra à minha direita, percebo que perdi: num momento percebi que não ia conseguir controlar aquele carro. E então o carro vai quase de frente contra o muro, ouço um estrondo, e pára.

Lembro-me das palavras de Bruce Wayne:

"I've got the home stretch all to myself when the readings stop mking sense. I switch to manual - - but the computer crosses its own circuits and refuses to let go. I coax it. It shoves hot needles in my face and tries to make me blind. I'm in charge now and I like it.
- - Then the front end lurches, all wrong. I know what's coming. I've got just under under two seconds to shut this mess down and forfeit the race. The engine, angry, argues the point with me. The finish line is close, it roars. Too close. The left front tire decides to turn all on its own, I laugh at it and jerk the steering wheel to the right. The nose digs up a chunk of macadam. I look at it - - Then straight into the eye of the Sun. This would be a good death...
But not good enough."

É claro que ao contrário do Bruce eu não estava em nenhuma corrida e o meu carro parou de repente, fiquei fodido, pensei no vento selvagem
Não, não pensei em nada disso, pensei no vazio brutal da noite e do nada do sítio onde estava e que não conhecia, que só passo por lá por passar para voltar para casa numa viagem de vinte e tal minutos porque ando depressa e pensei nos meus pais fodidos e pensei no mau pobre carro e pensei na puta do reboque tão longe e pensei quatro e quarenta e cinco da madrugada, e olhei e não vi nada, e o carro funcionava, e estupidamente dead combo continuava a tocar no rádio, desliguei o cd e fiz marcha-atrás. E com o carro potencialmente danificado lá há frente meto-me ao caminho para ver se encontro uma saída que me permita parar o carro e olhar bem para ele, e vinte metros depois viro à esquerda e os máximos estão ligados, e saio, e são qianda quatro e quarenta e cinco, e olho para a frente, e tudo me parece bem -

Resumindo, despistei-me e as sensações e o que me aconteceu. Ao meu carro, não lhe deu nem um arranhão. Depois pensei "tens que te meter no carro JÁ, senão ganhas medo". E com as pernas ainda a tremer bem que me meti no carro, caralho! Meti-me logo no carro e fui-me embora dali para fora. e nem cinco minutos passavam e já dava graças a Deus ao susto, porque tinha aprendido qualquer coisa, e voltei a meter dead combo a tocar, e voltei a acelerar a cem e mais na marginal de cascais com o vidro aberto e a fumar o cigarro do destresse.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Acabaram as Frequências

Será que ainda vem alguém a este blog?

domingo, 4 de maio de 2008

natalie dee
nataliedee.com


É tempo de frequências.