quarta-feira, 4 de maio de 2011

Com o que Sonhei Hoje

Nos últimos meses tenho andado a sonhar muito, ou muito mais do que o que sonhava, e sonhei hoje



Com isto. Eu não jogo magic; não jogo desde o décimo primeiro ano mas ganhei o hábito de passar pelo site e ver e ler os artigos diários. É um hábito nerd que não magoa ninguém. No meu sonho a frase repetia-se; os resistentes saíam das suas tocas e urabrask dizia "let them be".

Aquela criatura vermelha que não conseguia identificar ergue-se num salto da fornalha, e chama-se Urabrask. E Urabrask só dizia Let them Be. Let Them Be. Queria sonhar com pó. Let Them Be. Com a mulher que amo, se fosse um sonho bom. Com uma janela para a qual poderia espreitar e ver coisas novas. Let Them Be.
Masculino, insondável quanto à sua espécie. Não é um goblin; um monstro, não me chega. Let Them Be. Let Them Be. 5 manas por um quatro quatro para decks sligh. Uma cauda. Uma boca inexistente, uma armadura ou uma carapaça orgânica. Pó, aulas num anfiteatro que nunca vi. Um edifício que continuo a comparar a um castelo.
Basta olhar para cima e ver que as ameias não existem.
Let Them Be.

O seu corpo sai rápido da fornalha na imagem. Queria ouvir Kurt Vile deitado num banco de pedra com um cigarro preguiçoso na mão. Quero descansar a minha cabeça no banco de pedra, sozinho primeiro, feliz por estar sozinho. Depois contigo. Let Them Be ele disse. E eu revirava-me na cama, e revirava-me. Revirava-me mais. Amanhã tenho uma consulta no médico, não me posso esquecer. O concerto. Dorme. Let Them Be. Que horas são? Depois largar o cigarro, descansar a cabeça no teu colo. Não porque preciso, porque tenho saudades, de descansar a cabeça no teu colo.
O gesto simboliza apenas coisas - coisas boas. Tão boas - que neste momento não faço por falta de tempo, por falta de oportunidade. Os resquícios do fumo do cigarro sobem pela minha camisa, pelos meus olhos, semicerrados. E eu viro-me no teu colo, reviro-me na minha cama. Let Them Be. Facebook, trabalho. Um monstro que não conheço e não consigo compreender a sair de uma fornalha. Frágil, a comparar com os outros quatro. Fraco, e no entanto vermelho, misterioso, Let Them Be. A aula prossegue e acaba logo a seguir, tenho médico amanhã - doem-me as costas. Já é de manhã. Acordo sozinho. Let Them Be. Levanto-me.
Só queria ouvir um bocado de Kurt Vile e voltar a deitar-me no colo com que sonhei.

Por entre a folhagem de um conjunto de árvores; contra o céu azul
É claro que não chovia.

Um comentário:

S. disse...

gostei tanto deste. e é só isso que tenho a dizer.

isso e dizer que passei por aqui. olá.