segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Seven

A neve girava e rodopiava como cinzas na lareira e as paredes estavam húmidas, tu eras um anjo de olhos macerados e os teus suspiros incendiaram a sala; eu
                Estava inerte, estava
                Inerte
                Confluências de fios tapavam as janelas e o frio badalava impiedosamente sobre a pele e as roupas moles; houve luz. Houve uma preponderância do desejo, e um nome em forma de questão, o teu, e foste-te.
                Poetizei, imaginei, a casa engoliu-se numa pirâmide.
                Os olhos, presos nos montes, escravos dos céus, escorrendo pelos caminhos e ruas de pedra, diluindo-se na lama e na erva, incógnitos como a chuva – não se falou mais disto. Abandonou-se mais um país.

As fronteiras éter.

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