segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fábula do Míssil Supersónico de.

O míssil supersónico de destruição voou e fez ricochete no ar; o combustível de mísseis (não posto pelo exército) gastava-se como um rapaz triste de oito anos que ficava sem uma bicicleta. Caiu no mar e afundou-se, com a força das correntes foi parar a uma rua mirando a tampa de um esgoto, a ameaçar chuva nesse início de tarde, em que está tempo de dores de cabeça. Tinham passado __ minutos, noutra rua ali muito ao longe outro casamento se celebrava. Algo com pêlos e sem polegares interdigitais (pareceu-lhe - a tentativa de um feito com uma faca artesanal) tentou dar-lhe a mão para agarrá-lo mas ou fugiu porque o tinham descoberto, ou o iam fazer - e de rompante - ou desistiu de tal projecto que tinha acabado de começar, ainda assim se sentindo que não tinha sido por acaso. Comentava-e um livro num café da esquina. Ali ao lado jovens discutiam os seus futuros, frescos de saírem de uns estágios ou faculdades prontos para ter filhos sem saberem. Trocavam-se as bicas, ouviam-se ténis no chão polido de pedra, lamentava-se o alcatrão mesmo por volta da entrada do esgoto, sem uma premonição qualquer de poderem vir carros a passar - estranhamente.
E o motor do Míssil Supersónico de Destruição voltou a trabalhar.

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