sábado, 8 de setembro de 2012

Ainda não, Solidão

Ainda não,
Solidão
Ainda não
Ainda não quero que me deixes cair ao chão
Ainda não
Já não é tempo de procurar a bela, sem senão
Não vai ser fácil dar-te a mão,
Solidão
Não quero sentir o conforto do sempre "não"
Deixa a alma ainda exposta a uma invasão
Ainda não
Veste com outras roupas a indolência, quero mais sofreguidão
Por favor, Solidão
Que a chuva da vida que me molha seja mais do que uma monção
Que seja de mil dias o prazo da tua dilação
Deixa-me errar de novo sem desculpa nem perdão
Ainda não,
Solidão
Ainda não
Preciso de mais sede para a minha transformação
Quero o risco, o incerto, desconhecer a situação
Poder tirar algum carinho das lições deste mundo cão
Caminhar comigo mesmo até aos limites do pontão
E sentir que tranquei a porta ao cansaço e à tentação
Da Solidão
Ainda não,
Solidão
Ainda não
Procura-me só mais tarde para a enunciação
Que será inevitável fechar à vida o coração
Mas hoje não

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