terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sem Título

"Daniel experimentou o primeiro charro (inalou-o, travou, tossiu - "a porra do filtro pá, está todo aberto") aos dezassete anos nas férias da Páscoa enquanto a ponte sobre o Tejo escurecia num opaco clarão laranja sobre as águas pastosas de um Tejo que o enchia, em Belém, de um vento e de uma chuva miudinha perfeitos, parecia-lhe, para o momento que estava naquele momento a viver. Um crepúsculo húmido persistia, magnanimamente, sobre Lisboa. os pulmões encheram-se de fogo antes dos seus olhos incharem e retraírem, numa fração de milímetros, para dentro do crânio enquanto, lá dentro, nada na verdade se expandia."


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